Entre o toque e o comando
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Ela chegou atrasada de propósito.
Sabia que ele odiava esperar — e adorava o que vinha depois.
O salto ecoou no corredor, cada passo uma provocação, uma promessa de que o controlo daquela noite ia mudar de mãos.
Quando entrou, o olhar dele percorreu-lhe o corpo devagar, como quem saboreia um segredo.
O vestido preto colava-se-lhe à pele, o batom vermelho era quase um desafio.
— Estás atrasada.
A voz dele saiu baixa, mas carregada de algo que ela reconheceu de imediato: poder.
Ela aproximou-se, lenta, até sentir o calor do corpo dele a centímetros do seu.
— Ou talvez tenhas chegado cedo demais — respondeu com um sorriso que sabia que o desarmava.
O ar entre os dois tornou-se pesado, denso, quase elétrico.
Ele não precisou de tocar-lhe — bastou olhar.
E naquele instante, ela já sentia tudo: o domínio, o desejo, o perigo delicioso de estar exatamente onde queria.
O comando estava ali, suspenso entre respirações contidas.
Mas ela não se rendeu — ainda.
Encostou os lábios ao ouvido dele e sussurrou:
— Hoje, quem dita as regras sou eu.
O resto… foi silêncio, respirações rápidas e o som das certezas a desmoronar.